Eu cresci sempre na mesma escola e tive uma ótima infância e adolescência, com tudo que tive direito: aprendi muito quando era criança, tinha a letra garranchada de lápis grafite nas minhas primeiras palavras, mais pra frente usava mil cores de caneta no caderno, ai passei a usar aquela caneta de quatro cores da bic na pré adolescência, até que só usava bic azul no colegial. Brincava com os meninos de menina pega menino e chutava a canela deles na segunda série, tinha vergonha dos meninos na sexta série, já na oitava brigava com os mesmos pra jogar bola na quadra e no segundo colegial pegava os meninos, mas de outra maneira. Tinha o álbum de figurinhas da Moranguinho quando ainda não ligava pra muita coisa, depois jogava Tazo quando tudo era moda (nem gostava de salgadinho), batia figurinhas do Pokemón, mas não era pro álbum, a desculpa era que era para o meu irmão, mas na verdade era porque eu adorava ganhar!!! Depois lia Capricho, porque achava que era grande.
Minha avó costumava dizer que eu era largada quando era criança e era mesmo, sempre voltava suja pra casa, não adiantava colocar brinco ou tiara. Depois de um tempo usava tanto colar de caroço e miçanga no pescoço que minha vó falava que eu parecia aqueles hippies que vendem colar na praia e no "ensino médio" que rasgar a calça no tornozelo era regra, a minha era rasgada demais e minhas camisetas todas cortadas e eu achava que estava abafando, minha avó não brigava comigo por isso, perguntava pra minha mãe se ela não comprava uniforme para mim!!!
Muitas coisas aconteceram, muitas risadas eu dei, muitos joelhos ficaram ralados, alguns gessos assinados, diversas lágrimas: de pancadas até paixões platônicas, muitas pessoas vieram e foram, algumas têm cadeira cativa no meu coração, outras nas minhas lembraças e muitas nas minhas gargalhadas.
Costumo dizer que a infãncia foi o paraíso, onde tudo era mágico e bonito e por ter sido assim, ainda que o mundo não seja mais daquela forma aos meus olhos, ainda vejo muita beleza e magia em certos momentos.
Em um caderno de despedidas que fiz no final do colégio minha professora de literatura escreveu:
"O bom mesmo dessa vida, parafraseando Guimarães Rosa (meu autor preferido), é que a gente nunca está pronto, estamos sempre aprendendo. E o que a gente mais aprende não é responder a tudo, mas a fazer outras tantas perguntas."
Adorei, simplesmente adorei!
Bi
2 de jun. de 2009
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