1 de mai. de 2009

Ele + Ela

Dentro de casa pode-se reparar no amor com o qual ele a olha, sem medo ou constrangimento, lá está ela, nua, com suas cores e todos os sentimentos que, somente ele encontraria através dela.
Ela não reage às suas indiscrições, fica parada diante de toda a intimidade que reina entre eles, "o casal perfeito" pensa ele.
Quando sai só, sua mente não consegue parar de pensar nela, nos prazeres proporcionados na intimidade do lar, a forma com que se olham, a qualquer hora, muitas vezes todas as horas. Ah a saudade! Num dia longo de trabalho e a convicção de que ela estará a sua espera, então, finalmente, ele chega em casa, ela, sim, o espera, sempre da mesma forma, na sala ou no quarto, as vezes até na cozinha. La está ela, que maravilha, que formas.
Resolveram sair juntos na rua, ele a segura com firmeza, com orgulho de tê-la e exibi-la para o público, que apenas observa. Sentam num bar, ela não quer nada, se satisfas com a simples companhia de seu fiel parceiro que toma uma, duas, cinco cervejas como se estivesse só. Sente-se solitário, sua parceira não seria a mesma na rua, serão os olhares curiosos? Será que se sente pouco energizada? O que pode ser que ela não revela o brilho que outrora, em casa, prendia sua atenção de qualquer outra distração? Pegam o ônibus, agora ela parece pesada em seus braços, sente-se fadigado. Como isso pode acontecer com os dois? Apenas um dia na rua. Dentro do veículo os passageiros olham, pensam no casal com uma certa pena, alguns pensam em talvez ajudá-los, mas nada fazem, o que fazer? Uma união tão intensa.
Finalmente, após algumas quadras de caminhada, ela simples, calma talvez até satisfeita de ter saído, ele nervoso, cansado, acabado. Sente se feliz por estar em casa novamente, como se fosse uma criança, calmamente, a coloca no espaço corriqueiro, com a mesma delicadeza de antes, e volta á olhá-la, com atenção, como que adorando-a novamente.
Não há nada no mundo que se compare com o amor entre um homem e sua televisão.

Dedico esse conto ao nosso querido amigo Caio Ernsto.

Li

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